sábado, fevereiro 05, 2005

Canção nº2: Genesis - "Follow you, follow me" (1978)

Foi a primeira canção que tenho consciência de gostar. Penso que foi a primeira vez em que pensei: "gosto desta música". Ainda hoje, quando estou um bocado distraído, dou comigo a cantarolar o refrão à Phil Collins: "i wil follow you you will follow me...".

sexta-feira, fevereiro 04, 2005

2 concertos

Hoje, Jeffrey Lewis no Aniki Bobó, no Porto, e amanhã, Ölga, na Casa das Artes, em Vila Nova de Famalicão. Alguém quer vir?

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

Disco nº2: Tool - "Lateralus" (2001)

"Lateralus" é o quarto álbum dos Tool, produção um tanto escassa para uma década de esforços. Os registos anteriores, embora numa linha progressiva de construção que perspassou toda a década de 90, sofriam de um mal de 'indistinção'. As canções magicadas pela banda não eram suficientemente diferentes entre si para provocar emoções divergentes na experiência de as ouvir.
Em "Lateralus", os Tool afirmam-se, como li algures, como "os Radiohead da música pesada". Camadas sobre camadas de texturas sonoras combinam-se para formar grandes viagens por uma música que não é bem heavy-metal, não é bem rock, não é bem progressivo, mas é tudo isto junto e mais umas quantas coisas. Vão desde as imediatamente cantáveis e assobiáveis e reconhecíveis "Schism" e "Parabol/Parabola" até as experimentalistas "Mantra" e "Faaip de oiad".
Não é um disco perfeito, mas se quisermos apreender os Tool, é o seu melhor registo. E ainda é bom referir os video-clips, que só por si fariam com que "Lateralus" valesse a pena.

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

Low "The great destroyer"

Nunca me apaixonei de verdade por um álbum dos Low. Houve sempre alguma coisa que serviu de barreira para a música destes americanos. Talvez fosse a excessiva languidez da maior parte dos arranjos, ou a maneira como soam as vozes, que pareceram-me sempre "demasiado" cool. E eu tenho assumidamente um problema com bandas que querem ser cool a toda a força.
Em "The Great Destroyer", os Low aceleram os tempos das músicas, de maneira a soar como uma banda pop normal. E conseguem. Há grandes momentos, como "Monkey", logo a abrir, "Everybody's song", "On the edge of"
"The Great Destroyer" é um bom álbum. Não me enche as medidas porque sempre que os temas me entusiasmam fazem-me lembrar outra coisa. "Monkey" soa às canções bem trabalhadas dos Yo La Tengo, "Everybody's song" são os R.E.M. dos bons velhos tempos, e por aí em diante. Mas provavelmente será o registo dos Low que vai andar mais tempo no meu leitor de CDs.

terça-feira, fevereiro 01, 2005

Canção nº1: Nirvana - "Smells like teen spirit" (1991)

Entrei em contacto com a Sub Pop (editora) através dos meus queridos Mudhoney, em meados de 1990, e escrevi a pedir um catálogo, junto com o Válter. Neste catálogo estava um pequeno texto sobre os Nirvana que dizia: "they're young, they're gifted, and they're gonna make us rich". O disco em questão era um single ("Sliver/Dive"), que comprámos. Já no ano seguinte, um dos números do New Musical Express trazia como "single of the week" esta música, e o texto introdutório era "how do arseholes make the coolest music?". Passados alguns meses, uma visita do Válter à Bimotor resulta na aquisição de "Nevermind". Quando encontrei-me com ele, a descrição era "o refrão é genial, e depois o gajo parece o Sting a cantar".
Como é que eu ainda me lembro de tudo isto? Não sei. Sei que a ouvi várias vezes de seguida. E passado todo este tempo lembro-me que poucas canções bateram-me tão forte como "Smells like teen spirit". Desde aquele riff devastador a entrar, que me custou cordas de guitarra e palhetas partidas, ao vício de ouvir Kobain esgoelar aquele refrão incompreensível e intraduzível (meu deus, o que quer dizer "a mullato, an albino, a mosquito, my libido"???), este é um hino pop. Haverá canções melhores? Sim. Mais poderosas? Duvido.

segunda-feira, janeiro 31, 2005

Disco nº 1: Joy Division - "Closer" (1980)

"Closer" foi o primeiro álbum dos Joy Division que ouvi por completo. Antes já me tinham passado alguns temas soltos no rádio ou televisão.
Não me lembro exactamente o que senti na altura (em 1989, tinha eu 18 anos), mas recordo a voz amarga de Ian Curtis como o marco de uma atitude que ainda no final dos anos 80, entre os jovens como eu, era norma: mais do que frustração, uma imensa resignação.
É assim que eu penso "Closer": é um álbum de uma imensa tristeza. Mas ao contrário do punk, que transformava isto em revolta, os Joy Division passavam um fatalismo e uma inevitabilidade que não poderia deixar de ser deprimente. Para mim é o álbum mais "negro" da minha colecção.
E na fantástica "Twenty four hours", uma das minhas canções de sempre, Curtis sintetiza o sentimento de abandono assim:
"I never realised the lengths I’d have to go,
All the darkest corners of a sense I didn’t know.
Just for one moment, I heard somebody call,
Looked beyond the day in hand, there’s nothing there at all. "

Começar de novo

A razão pricipal que me motivou a criar a "Caixa de Música" foi tratar as minhas aventuras musicais, mais do que fazer crítica ou passar novidades, que para isso há gente bem mais capaz que eu. Dispersei-me um bocado, mas agora vou encarreirar com três rubricas: "Discos", "Canções" e "Concertos", que vão contar o que me trespassou (e ainda percorre) os sentidos.