sábado, dezembro 04, 2004

Mondo Bizarre

Quando escrevi o primeiro post, deixei passar em branco uma excelente fonte de descoberta e aventura musical. É a revista "Mondo Bizarre", a melhor publicação portuguesa sobre música. Incrivelmente, é gratuita, e pode ser encontrada em vários sítios pelo país fora. Para aqueles que, como eu, não suportam a ideia de chegar a um local de distribuição e não a encontrar, a assinatura custa apenas 7 € anuais. Mais informações no site www.mondobizarre.com ou enviem um cheque de 7 € para Apartado 30072, 1351-901 Lisboa.
O único defeito da Mondo Bizarre é ser trimestral. Eu queria uma nova todos os dias.
P.S. Estou quase a sair para ver os Mão Morta. Depois conto-vos.

sexta-feira, dezembro 03, 2004

Von

Acabei de ouvir (pela segunda vez) o primeiro álbum dos Sigur Rós ("Von" - 1997). Ainda não consegui decidir se gosto. As ideias estão lá todas, mas por vezes parece-me que eles não sabiam bem o que haviam de fazer com elas.
Esta é uma tendência recente. Dantes, quando era difícil gravar, a maior parte das bandas que chegava à edição trazia já uma longa bagagem de composição e palco. Por isto, muitas bandas faziam um grande primeiro disco, que depois nunca mais conseguiam repetir. De há uns anos para cá, qualquer banda consegue gravar. Há mesmo quem grave discos sem nunca ter tocado ao vivo. Nestes casos é preciso esperar dois, três álbuns até que as pessoas consigam pôr cá fora a música que têm dentro de si. Deve ser esse o caso dos Sigur Rós.
Mesmo assim vou insistir com "Von" até saber se gosto ou não. Não é grande sacrifício.

quinta-feira, dezembro 02, 2004

Mão Morta

Eu vou lá estar!!!
Este sábado os Mão Morta vão estar em Amares, para mais um concerto que se deve tornar inesquecível.
Já perdi a conta às vezes que os vi ao vivo, mas alguns destes concertos tornaram-se marcos na minha vida passada a olhar para os palcos: o primeiro, em 91, na Póvoa de Varzim, com o Adolfo em calções a autografar a minha cópia em vinil do "O.D. Rainha do Rock & Crawl"; em Vila do Conde, depois de muito tempo de interregno, quando fiquei fascinado com a interpretação de "É um jogo" e "Tu disseste"; em Braga, numa passagem de ano em que eles entraram de cabeçudos para tocar "Aum" no Largo do Pópulo; outra vez em Braga noutra passagem de ano em que fizeram a primeira parte da Fafá de Belém, e em que levei o meu afilhado a ver o que era o rock português; e por fim a última, há quase um ano, no HardClub, em Gaia, onde ouvi pela primeira vez alguns temas de "Nús" (2004), uma das melhores obras de sempre da música feita em Portugal.
É claro que eu vou lá estar e, espero eu, vou sacudir a cabeça ao som da minha canção preferida dos Mão Morta - e uma das minhas canções de sempre -; "Anarquista Duval".
"Anarquista Duval, prendo-te em nome da lei".
"E eu suprimo-te em nome da liberdade":

quarta-feira, dezembro 01, 2004

Wacko Jacko

Ontem ao jantar vi na MTV o novo vídeo de Michael Jackson. O que mais me surpreendeu não foi a música ser pavorosamente má (e é), nem o vídeo ser incrivelmente piroso (também é), mas sim que o moço lança uma canção "nova" que podia ter vindo perfeitamente de um álbum dos Jacksons dos anos 70 ou, com muito boa vontade, do "Off The Wall", de 79.
Será que sou só eu a ver a figura ridícula que o gajo tem vindo a fazer? Isto vende?!?
A cena ainda é mais patética porque logo a seguir apareceram uns vídeos de rap que fazem um tremendo constraste com a cantilena completamente datada de um gajo que devia saber fazer música para vender.
Se calhar daqui a alguns dias sou eu que vou admitir que estou errado e, nas palavras do imortal Jorge Perestrello, dizer "... eu engulo, eu engulo...".

terça-feira, novembro 30, 2004

E os metaleiros? ... e os punquis?

Graças aos Offspringues, Greenes Dayes e outros que tais, a maior parte do pessoal não pode ouvir uma frase que meta "música punk" sem correr até à casa de banho.
Como adepto confesso da causa, ainda vou conseguindo encontrar motivos para não desistir de ouvir músicas de 3 acordes e minuto e meio.
Tentem os Thermals - o novo álbum ("Fuckin A") é, pelo menos espiritualmente, primo chegado dos primeiros trabalhos dos Pixies. Além disso são da Sub Pop. Gostei e recomendo.
Mas excelentes mesmo são os Ikara Colt. "Modern Apprentice" (2004) é infecciosamente audível e dançável, mas "Chat and Business" (2002) é um trabalho de mestre. Pensem nos Fall em 87-88 com um vocalista que sabe cantar e canções que põe qualquer cristão (e não-cristãos) aos saltos. Não compreendo porque é que não pegou. Ainda tentei impingir a alguns mais esclarecidos, mas sem resultados. Mas afirmo-vos, é de ouvir e babar.

segunda-feira, novembro 29, 2004

DVDs e outros

Comprei um gravador de DVDs há uma semana e estou imparável.
Já gravei um DVD com vídeos dos Mogwai, um concerto dos Queens of the Stone Age (Rock AM Ring 2003) e já tenho em disco para gravar (aguardando montagem) Sigur Rós, P J Harvey e Yeah Yeah Yeahs.
No caso dos Sigur Rós, o acesso é facílimo. O site da banda (http://www.sigur-ros.co.uk/) contém muito material para download. Já gravei um CD (que estou agora a ouvir) a que chamei "internet album".
Mais sites com material? http://www.mogwai.co.uk/ e http://www.sonicyouth.com/.
Aproveitem.
P.S. Se os meus amigos quiserem cópias é só dizer...

John Frusciante

Admito que tenho andado um tanto obcecado com o trabalho do John Frusciante.
Não sei se já cheguei à fase em que vou ouvir o gajo a cantar o "Jingle Bells" e digo: "até está interessante...". E tanto critico eu quando se passa com os outros.
No entanto uma certeza eu tenho: "To Record Only Water For Ten Days", de 2001, é um excelente álbum. Sobre os trabalhos deste ano é que já não tenho tanta certeza.
Para quem não sabe, Frusciante resolveu gravar todo o material que tinha e já lançou este ano 4 álbuns: "Shadows Collide with People", "The Will to Death", "Automatic Writing" (com os Ataxia) e "Inside of Emptiness", mais um EP "DC EP".
A minha opinião? O álbum dos Ataxia (Frusciante mais dois menes) é fantástico. Para mim o melhor deste ano. Noutro post conto explicar porque. Gosto bastante do "Shadows...", menos do "The Will..." (a última música é grandiosa) e não gosto nada do EP. O "Inside..." só tenho há uma semana e ainda não o percebi inteiramente. Tem pelo menos duas canções excelentes (para quem ainda vai ouvir, a 3ª, "Inside a break" e a 10ª, Scratches). Descubram, vale a pena.

domingo, novembro 28, 2004

My System (emprestado ao Nimzovich)

Vamos começar em grande.
Já muita gente perguntou-me: "como é que descobres tanta coisa?". Em primeira mão, revelo o método que me permite conhecer bandas novas todas as semanas.
Material necessário:
  • Ligação à Internet;
  • Software de partilha de ficheiros peer-to-peer (E-Mule, koizo, KazaA, E-donkey, etc.);
  • Pachorra.

Primeiro liguem-se ao site da Amazon (http://www.amazon.com). De seguida, pesquisamos algo já nosso conhecido e interessante. Experimentemos os Sigur Rós. Reparem os lados do ecrã. Existem links para listas feitas por alguém que incluiu os Sigur Rós nas preferências. Abrindo a lista, encontram-se: Explosion in the Sky (já conheço...), Mum (já conheço...), Set Fire to Flames (já conheço...), Molasses... estes não conheço. Notem as outras listas que aparecem no lado direito. Se não encontrasse nada nesta lista, procurar-se-ia noutras. And so on...

Agora seguimos para o software de partilha. Eu utilizo o E-Mule (http://pwp.netcabo.pt/deepsea/). Pesquiso Molasses. Há quem prefira ouvir uma ou duas músicas. Eu prefiro tirar o álbum inteiro para ouvir. Aqui está: "Molasses - Trouble at Jinx Hotel". Aqui é que entra a pachorra. Pode demorar 20 minutos ou 1 mês a fazer o download ao ficheiro. No final, tenho um álbum inteiramente novo para descobrir. Boa sorte e contem-me os resultados.


Olá

Viva! Este blog é sobre música.